VITÓRIO LUIZ KAEHLER
( Rio de Janeiro – Brasil )
PÉRGULA LITERÁRIA VI Antologia. Poesias vencedoras do VI Concurso Nacional de Poesia “Poeta Nuno Álvaro Pereira”.
Valença, RJ: Editora Valença, 2004. 202 p. Ex. bibl. de Antonio Miranda
BRASIL
Desesperado, angustiado, em vil momento
Tento recomeçar a minha vida.
A pátria que aos políticos dá tudo e mais um pouco
A mim não dá guarida.
Murmuro enquanto ando sem destino,
Risco carros em revoltas desmedidas
Busco trabalho e nada mais recebo
Que negativas com mais fúria, mais feridas.
Na espera do futuro decantado
Em prosa e verso, ó pátria tão desiludida
Quisera eu presenciar teu renascer
E ver a tua fronte então erguida.
O auriverde pendão da esperança
Lança ainda longa sombra sobre nós.
Oculta o sol, apaga estrelas, torna nossos passos
Mais pesados que pesadas mós.
E como o nobre bardo que clamava:
“Deus, ó Deus, onde estás”... grito também
Imploro aos anjos, mas estes não respondem
Me sinto abandonado, sem ninguém.
Braços abertos, vejo o Cristo sobre o Rio
De Janeiro, lanço então meu desafio:
Senhor, baixa estes braços, toma a enxada
Revolve então a terra mal arada
Do peito tão glutão dos governantes
Para que então meu pobre povo abandonado
Seja por fim pela fortuna abençoado
E meu país se ache igual entre gigantes.
MARALI
Qual suave noite que desperta em chamas
Negror disperso por brilhante aurora,
Cabelos longos, luz que vem de fora,
Alegram o mirar de quem te ama.
Repousas radiante em nosso leito
Sem saber que te fito enternecido;
Mulher-meu sonho, anjo adormecido
Que acende puro amor neste meu peito.
Ao penetrar raio de sol por leve fresta,
E ver-te assim tão linda se enamora.
Desenha halo radiante com tua testa
E, como a desculpar-se, vai-se embora.
Palpita então meu peito em descompasso
Na ânsia de gozar de teu abraço.
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C E A R Á
Gaivotas, três ilhotas, jangadeiros, mil coqueiros
Se refletem n´água verde, como esmeralda perfeita
Que com céu azul enfeita
A costa do Ceará.
Morena bela, tostada
De sol em praia dourada,
Olhos verdes como as águas
Da costa do Ceará.
Do coco, água adoçada,
Gotinha escorrendo safada
Da boca de minha amada,
Morena do Ceará.
Para adoçar os beijos
E aguçar meus desejos.
Me fazer gemer se vejo
Seus olhos cor de cajá.
Fundindo-se nos meus olhos
Esmiuçando minh´alma
Tormenta que não se acalma
Ao saber que já não há
Como fazer que ela fique
A meu lado e não me deixe
Não me abandone — lhe imploro,
Me ajoelho, gemo, choro:
“Fique comigo pr´á sempre
Morena do Ceará”.
MARALI
Qual suave noite que desperta em chamas
Negror disperso por brilhante aurora,
Cabelos longos, luz que vem de fora,
Alegram o mirar de quem te ama.
Repousas radiante em nosso leito
Sem saber que te fito enternecido;
Mulher-meu sonho, anjo adormecido
Que acende puro amor neste meu peito.
Ao penetrar raio de sol por leve fresta,
E ver-te assim tão linda se enamora.
Desenha halo radiante com tua testa
E, como a desculpar-se, vai-se embora.
Palpita então meu peito em descompasso
Na ânsia de gozar de teu abraço.
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Página publicada em janeiro de 2024
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Página publicada em fevereiro de 2022
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